“Citius, Altius, Fortius”: você conhece estas três palavras? Elas vêm do latim e significam, literalmente, “mais rápido, mais alto, mais forte” - e são o lema das Olimpíadas da era moderna!
Mas, por que “olimpíadas”? E por que “da era moderna”?
Nesse artigo, vamos descobrir as “olimpíadas por trás das olimpíadas”, isto é, os jogos que inspiraram as modernas Olimpíadas. E não eram apenas jogos olímpicos, não!
Antes de começar, é importante observar que jogos, brincadeiras e disputas que envolvem corpo e mente estão presentes em todas as civilizações, e não apenas na grega. Eles são parte do que nós, humanos, somos! Das Américas à África, da Ásia à Oceania, as pessoas jogam e competem seguindo regras há milênios – e isto tem muita relação com a aprendizagem.
Jogos de hoje, jogos de ontem
A ideia de jogos esportivos modernos nasceu com o francês Pierre de Frédy (1863-1937), barão de Coubertin, e se inspirou nos antigos jogos olímpicos gregos, disputados no santuário de Olímpia em honra a Zeus. Além dos jogos de Olímpia, havia outros santuários que também promoviam jogos associados à devoção, como os de Delfos e Corinto.
Os primeiros jogos olímpicos antigos teriam sido disputados no ano de 776 a.C. e envolviam representantes – homens jovens e homens mais velhos – de cidades-Estado gregas. No início, eles se resumiam a uma corrida, mas, com o tempo, passaram a envolver cinco grupos de modalidades: corridas, lutas, pentatlo (corrida, disco, salto em distância, dardo e luta), provas atléticas e provas hípicas. Muitas das provas, aliás, inspiraram os esportes olímpicos modernos – a começar pelos de arremesso.
Como se pode perceber, os antigos esportes olímpicos estavam diretamente relacionados às habilidades marciais. E, também à conduta esperada dos guerreiros, começando pela deferência às divindades.
E é verdade que, durante os jogos, as guerras paravam?
Sim. Pelo menos, entre as cidades-Estado gregas, cujas populações veneravam o mesmo panteão de deuses. E os jogos seguiam um cronograma – eram disputados de tempos em tempos, com programações que se estendiam por dias e incluíam sacrifícios e rituais religiosos.
Ao contrário do que acontece nas olimpíadas modernas, nos jogos gregos não havia uma relação entre o evento, os atletas e a publicidade (até porque não existia publicidade!) com essa associação massiva entre nomes, marcas e dinheiro que conhecemos. Mesmo assim, há muitas semelhanças!
Em um primeiro momento, os atletas vencedores recebiam uma fita, que era amarrada à sua cabeça; depois, eram coroados com uma coroa de ramos de oliveira (que representava a imortalidade alcançada pela vitória) colhidos da árvore plantada no templo de Olímpia. Em outros jogos gregos, como os de Delfos e Corinto, as coroas eram de louro e (veja só) de aipo!
Ao regressar a suas cidades, esses campeões – como acontece hoje em dia – tornavam-se celebridades. Havia leis que permitiam que eles construíssem estátuas como reconhecimento pela vitória em Olímpia. E os políticos – coisa que também conhecemos – aprovavam leis concedendo prêmios em dinheiro, isenções fiscais e até cargos públicos honorários. Tinha até “musiquinha” para homenageá-los! Na verdade, eram poemas – chamados epinícios -, muitas vezes encomendados a autores famosos como Píndaro (522–443 a.C.). Enfim: todo mundo queria estar perto dos campeões!
Por que pararam?
Como os antigos jogos gregos – olímpicos, ístmicos (Corinto) ou píticos (Delfos) – estavam ligados à religião, eles entraram em declínio quando o Cristianismo ganhou força nos territórios da Grécia, que, então, eram parte do Império Romano.
Já durante o período de domínio romano pré-cristão da Grécia, vale observar, os jogos já não tinham a mesma força de outros tempos. E isso acontecia porque eles também estavam ligados à política local. Com os romanos "mandando e desmandando", esse fator já não contava tanto - ainda que os dominadores amassem jogos e competições.
Em 393 d.C., o imperador Teodósio I – que, treze anos antes, havia declarado o Cristianismo a religião oficial de Roma, proibindo as antigas religiões – extinguiu os jogos. Ele teria sido aconselhado em relação a isso por Ambrósio, bispo de Milão, que insistia com o imperador na finalidade "pagã" - isto é, voltada aos antigos deuses - dos jogos.
Foi o fim de uma antiga história!
Eles voltaram!
Com o surgimento dos Estados Modernos na Europa, no século XV, muitos governantes – e também artistas e pensadores (estamos falando do Renascimento) – voltaram seus olhos ao passado em busca de origens, modelos e identidade.
E encontraram - principalmente - Roma, Grécia e suas concepções de mundo. O que explica, na arquitetura, o surgimento do movimento neoclássico (séc. XVIII), e na política o retorno das ideias de república e de democracia ( na mesma época).
Esse bem pode ter sido o “regresso” dos jogos olímpicos, que acabou determinado de fato pelo barão de Coubertain, que em 1896 promoveu a primeira olimpíada (de verão) da Era Moderna. E ela foi realizada onde? Em Atenas, na Grécia!
Para saber mais
Destacamos alguns endereços interessantes para quem quer saber mais sobre as olimpíadas - as de ontem e as de hoje - e sua História:
Portal oficial da Olimpíadas de Paris 2024
Areté – Centro de Estudos Helênicos
Deutsche Welle (DW) - 1896: Primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna
BBC - The history of the Olympic Games (em inglês)
10 de setembro de 2025
PNIPI: uma grande notícia para a Primeira Infância
O Brasil acaba de dar um passo importante para a proteção e a promoção dos direitos e da cidadania das crianças da Primeira Infância, de zero a seis anos. Com a implantação da Política Nacional Integrada da Primeira Infância (PNIPI), nasce uma política de Estado para o tema. A proposta é somar esforços de todos os envolvidos na proteção e promoção da Primeira Infância em todos os níveis. Confira!
01 de setembro de 2025
De “Asteroids” à defesa global: Terra x Asteroides Gigantes!
Você já parou para pensar que a Terra, flutuando assim no espaço sideral, está cercada de fragmentos e "poeira cósmica"? Isso acontece principalmente porque somos vizinhos do cinturão de asteroides situado entre Marte e Júpiter, de onde partem muitos dos asteroides que chegam aqui como meteoros e meteoritos. Como alguns desses "bólidos" têm alto poder de destruição, os cientistas estão olhando para cima e traçando estratégias para evitar que catástrofes aconteçam. Com muita ciência e tecnologia envolvidas! Fique por dentro de tudo no artigo especial. Ígnea: porque o conhecimento nasce na escola!